Por Isso Se Ouvem Nitidamente Os Seus Silêncios A Gritar
E eles esventram.
Não que eu me esteja a queixar.
Não que eu me esteja a queixar.
Um hospital é sempre parecido com um hospício. Não que estejamos propriamente afectados da cabeça, mas sim porque os pensamentos das pessoas que se arrastam pelos corredores, chocam connosco quando nos tentamos deitar na cama.
Eles ocupam todo o espaço.
São enormes, duros.
São buracos negros de tristeza e solidão.
Remoem-se as vidas, os destinos, as escolhas, as maleitas. Remoem-se impossibilidades.
Tudo na vida que não é experimentado, que não é ousado, não o é simplesmente pela sua impossibilidade. As pessoas vivem para a experiência, para tocarem. Se não tocam é porque algo as impede. É porque esse acontecimento era de alguma forma incompatível com outras escolhas e ia deixar a nu a relatividade dos sentimentos.
As pessoas convivem mal com as contradições. Contornam-nas, apagam-nas, ignoram-nas. Para elas, tudo na vida tem a sua coerência. Mesmo o absurdo.
Por isso se ouvem nitidamente os seus silêncios a gritar.
Comentários
lindo como sempre... ainda estou à espera de ver por aqui aquele que nos leste já há muito tempo...
beijinhos
**
Vou tentar ser mais regular, ok?
beijinhos
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga! Ora doce!
Pra nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura...
Manel Cruz, claro...
Acho que... devias tirar uns dias para ti própria. Preocupas-te tanto com os outros... Lá está, estás fora do normal.
Estás dentro do extraordinário.
Beijo
beijinhos