Labirinto

Abarco as ausências como quem abraça o silêncio.
Construo palavras, pontes entre mim e os outros.
Explico-me, redefino-me.
Reinvento-me.
Apago-me inteira.
Quem era, deixei de ser há muito.
Aos poucos morri dentro de mim
E renasci menos eu.
Outrora conheci medos e sentimentos
que me corroeram o coração.
Sentia toda a intensidade lavar-me,
era imensa e sabia tocar a parte mais suave
da alma.
Hoje sou apenas parte do que fui.
E nessa parte, escondo-te.
Na tua mente, existe um labirinto.
Vejo-te percorre-lo tantas e tantas vezes.
Escondo-te.
Guardo-te, recluso no coração.
E esqueço-te. Dentro do ventrículo.
Não fales. Não sussurres. Não sonhes.

Quem era, deixei de ser há muito.
Morri dentro de mim.

Comentários

MalDragon disse…
A todos aqueles que lêem aquilo que escrevo e comentam... Um obrigado sentido, as vossas palavras são motivadoras.

A todos aqueles que simplesmente passam por aqui, também um obrigado, pois é sempre bom ver que ainda há quem tenha interesse na poesia nacional

Bom fim de semana,
MalDragon
Cats disse…
Belissimo, tao profundo...

bjs
Cally disse…
Post bem tardio...

No negrume, existe sempre um ponto de luz
Nana disse…
és tao tu sem seres tu propria.... maravilhosa d todas as formas! bjs
r1ck disse…
Mesmo que morras, renasce sempre e nunca deixes de sentir, pois sem ti a poesia também morre um pouco mais. beijos
Anónimo disse…
Sabor a negro pincelado. Muito bom... Continua assim

xXx
eMagMan disse…
mt bom! nunca pares...
ines disse…
gostei mt
nikas disse…
amei,continue escrevendo!
LiTTle DeViL disse…
Desde que sejas fénix, por mim tass bem... **
Duarte disse…
olá, olha estava aqui a pensar numa coisinha, e se gostares da ideia...
é a de fazermos um post juntas :D que achas?
eh eh, depois diz qualquer coisinha...

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